Reflita um pouco! Você já pensou na possibilidade de planejar uma viagem sem as bugigangas modernas que temos hoje em dia? Já parou pra pensar como os mochileiros de dez, quinze ou vinte anos atrás faziam para preparar suas aventuras mundo a fora?
Sempre que estou planejando uma viagem, e isso normalmente acontece com certa antecedência da partida, me pergunto como faria isso se não tivesse a facilidade da internet, dos sites de passagens aéreas, trens e metrôs, dos inúmeros roteiros, fotos e dicas disponibilizados pelos blogueiros, e da grande quantidade de informação hoje disponível.
Os mochileiros/viajantes, hoje em dia, têm o grande privilégio de dispor de todas essas fantásticas ferramentas para tornar seu planejamento um pouco mais seguro, e quando falo de segurança não estou me referindo a falta de aventura ou emoção, mas sim de ter um pouco mais de controle sobre os acontecimentos que estão por vir. Imagina como deve ser difícil escolher um bom albergue ou hotel sem ver fotos, opiniões, localização e mais um monte de variáveis que influenciam nossas escolhas durante o planejamento, e pior... já pensou ter que fazer reserva por telefone, pagando caríssimas tarifas internacionais, correndo o risco de chegar lá e não gostar do lugar, e tudo isso porque não teve informações suficientes para fazer uma escolha melhor. Não estou dizendo que com todas as informações disponíveis hoje em dia, não corramos o mesmo risco, muito pelo contrário, corremos sim... mas esse risco é minimizado. Pense em viagens internacionais sem internet, e-mail, telefone via IP, skype e uma série de modernidades tecnológicas que na grande maioria das vezes barateiam nossos custos e nos ajudam a manter contato com os que ficaram a espera de notícias ou que estão ansiosos por uma foto, ou de algumas palavras sobre os lugares que só viram pela televisão. Podemos fazer um grande exercício de imaginação e listar inúmeros facilitadores dos tempos modernos como GPS, dicionários eletrônicos, roupas que ocupam pouco espaço, secam rápido e não amarrotam, máquinas fotográficas digitais (você se vê carregando 10 filmes de 36 poses e uma câmera que não te mostra a foto na hora?) e etc...
Fazendo um paralelo do mochileiro de ontem com o mochileiro de hoje, eu diria que o de ontem encontrava muito mais dificuldades que o de hoje e isso talvez dava um aspecto diferente para a viagem pois tudo era muito imprevisível e consequentemente mais espontâneo mas essas dificuldades, de certa forma, limitavam o alcance dessas pessoas, ao passo que a modernidade trouxe facilidade e assecibilidade à lugares que o mochileiro de ontem talvez sequer ouviria falar. Essa modernidade nos permite chegar mais longe, conhecer mais lugares, interagir mais e principalmente, compartilhar mais experiências, informações e conhecimento para que outros possam fazer o mesmo e além.
Seja de ontem ou de hoje, uma coisa é certa: o espírito aventureiro e a emoção estão sempre presentes e fazem parte da personalidade de um verdadeiro mochileiro. Meu nome é Guilherme Rocha e sou mochileiro contemporâneo, e você?